Paulo de Tarso, também chamado de
Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais
influentes escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem
parte significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no
pensamento cristão, chamada de "paulinismo", foi
fundamental por causa do seu papel como proeminente apóstolo do
Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império
Romano.
Conhecido como Saulo antes de sua
conversão, ele se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos
de Jesus na região de Jerusalém. De acordo com o relato na Bíblia,
durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que,
encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém",
Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz. Ficou cego,
mas recuperou a visão após três dias e começou então a pregar o
Cristianismo.
Treze epístolas no Novo Testamento
são atribuas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada
por estudiosos modernos. A conversão de Paulo mudou radicalmente o
curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo
acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a
região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e
legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos
gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral
judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares
da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e
obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na
morte de Jesus e na sua ressurreição.
A principal fonte para informações
históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas
epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de
Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua
alegada execução em Roma.
A conversão de Paulo pode ser datada
entre os anos de 31 e 36 pela referência que ele fez em uma de suas
epístolas De acordo com os "Atos dos Apóstolos", sua
conversão (metanoia) ocorreu na "estrada para Damasco",
onde ele afirmou ter tido uma visão de Jesus ressuscitado que o
deixou temporariamente cego.
Os seus próprios textos nos dão
alguma ideia sobre o que ele pensava de sua relação com o Judaísmo
Se por um lado se mostrava crítico, tanto teologicamente quanto
empiricamente, das alegações de superioridade moral ou de linhagem
dos judeus, por outro defendia fortemente a noção de um lugar
especial reservado aos filhos de Israel.
Ele ainda afirmou que recebeu as "boas
novas" não de qualquer um, mas por uma revelação pessoal de
Jesus Cristo. Por isso, ele se entendia independente da comunidade de
Jerusalém:p. 316 - 320 (possivelmente no Cenáculo), embora alegasse
sua concordância com ela no que tangia ao conteúdo do Evangelho. O
que é mais impressionante nessa conversão é a mudança na forma de
pensar que ocorreu. Ele teve que mudar seu conceito sobre quem o
Messias era e, particularmente, aceitar a ideia, então absurda, de
um Messias crucificado. Ou talvez o mais difícil tenha sido a
mudança de seus conceitos sobre a superioridade dos judeus. Ainda há
debates sobre se Paulo já se considerou como o veículo de
evangelização dos gentios no momento de sua conversão ou se isto
se deu mais tarde.
Após a sua conversão, Paulo foi para
Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua
cegueira e batizado por Ananias de Damasco. Paulo afirma em 2
Coríntios 11:32 que foi em Damasco que ele escapou por pouco da
morte, indo em seguida primeiro para a Arábia e depois de volta para
Damasco. Esta viagem de Paulo para a Arábia não é mencionada em
nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam que
ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinai para meditar no
deserto. Ele descreve em Gálatas como, três anos após a sua
conversão, ele viajou para Jerusalém, onde se encontrou com Tiago,
o Justo, e ficou com Simão Pedro por 15 dias.
Os
apóstolos e os líderes cristãos compareceram a tal reunião, que
ficou conhecida como “concílio de Jerusalém” (Atos 15:1-35).
Primeiro ouviram os relatórios de toda a obra de evangelização que
era desenvolvida na Ásia Menor, em Antioquia e entre os gentios de
modo geral que houve muito louvor a Deus. Alguns cristãos,
entretanto, que antes foram fariseus, argumentaram que os convertidos
entre os gentios deveriam ser circuncidados (Atos 15:5). Seguiu-se
demorada discussão, até que Pedro se levantou para falar à
assembleia. Em sua declaração, presumivelmente bem aceita pelo
líderes (Tiago e os demais apóstolos), ele fez algumas observações
interessantes. Destacou que ele próprio foi o primeiro a levar o
Evangelho para os gentios (ao referir-se ao episódio da visão que
teve e da viagem à casa de Cornélio, Atos 10). Depois apelou para o
fato de que “Deus, que conhece os corações, deu testemunho a
favor deles, concedendo-lhe o Esprito santo, assim como também a
nós”(Atos 15:8). Em outras palavras, assim como a presença do
Esprito Santo fora “manifesta” aos apóstolos no dia de
Pentecostes em Jerusalém, quando falaram em línguas e louvaram a
Deus (Atos 2:4,47), assim a presença do Esprito Santo foi
“manifesta” novamente entre os gentios, quando também falaram em
outras línguas e tecera para a surpresa de todos os crentes
circuncidados (Atos10:45,46). Para Pedro esta evidência fora
suficiente para se tomar a iniciativa da batizar esses novos
cristãos, não como uma forma de comunidade cristã plena, na qual
os próprios apóstolos foram batizados ( Atos 10:47,48). Desde
que Deus “não fez diferença alguma entre eles e nós”,
argumentou Pedro (Atos 15:9-11), seria totalmente impróprio insistir
em que os convertidos entre os gentios fossem circuncidados. A
circuncisão claramente não era uma exigência para alguém ser
cristão, pois a real marca do crente era a possessão do Esprito
Santo. A salvação operava inteiramente pela fé na graça do Senhor
Jesus Cristo (v.11). Paulo e Barnabé também participaram da
discussão e destacaram a grande obra da graça que se manifestava
entre os gentios e os milagres que Deus operava entre eles. Tiago,
entretanto, teve a sublime felicidade de dar a palavra final. Tiago
levantou-se, expôs a escritura e mostrou como os profetas falaram
sobre o tempo em que os gentios se voltariam para Deus. Concordou que
os novos convertidos não eram obrigados a circuncidar-se mas deviam
mostrar seu amor pelos cristão judeus, ao abster-se da carne
sacrificada aos dolos e da imoralidade sexual (Atos 15:13-21).
Desde
que essa decisão não envolvia qualquer questão de princípio,
todos concordaram e uma carta foi envidada às igrejas gentílicas, a
fim de informar a decisão do concílio O grande significado dessa
reunião foi a maneira como se estabeleceu definitivamente a legítima
aceitação dos gentios como filhos de Deus. A defesa de Paulo da
universalidade da mensagem do Evangelho prevalecera.
Certamente Paulo foi o maior mestre da
fé cristã depois do próprio Senhor Jesus Cristo. Chamado a
dirigido pelo Esprito santo para proclamar o evangelho aos gentios,
esse grande teólogo expôs as profundidades da fé cristã de uma
maneira que se mostra fundamental para a igreja de Jesus através dos
séculos. Seu total compromisso com o Evangelho do Cristo crucificado
permanece como um exemplo para todos os crentes de todas as épocas.
Seu desejo de perseverar a verdade contra todas as heresias ou
qualquer coisa que tentasse desfazer o direito a salvação somente
pela graça brilha através de todos os seu escritos. Seu profundo
zelo pela aplicação da verdade do Evangelho na vida do crente
levou-o a escrever páginas sobre como se deve viver o autêntico
cristianismo no meio de uma sociedade pagã.
CONSIDERAÇÕES DE EMMANUEL SOBRE
PAULO DE TARSO
Não são poucos os trabalhos que correm mundo, relativamente à tarefa gloriosa do Apóstolo dos gentios. É justo, pois, esperarmos a interrogativa: — Por que mais um livro sobre Paulo de Tarso? Homenagem ao grande trabalhador do Evangelho ou informações mais detalhadas de sua vida? Quanto à primeira hipótese, somos dos primeiros a reconhecer que o convertido de Damasco não necessita de nossas mesquinhas homenagens; e quanto à segunda, responderemos afirmativamente para atingir os fins a que nos propomos, transferindo ao papel humano, com os recursos possíveis, alguma coisa das tradições do plano espiritual acerca dos trabalhos confiados ao grande amigo dos gentios.
As igrejas amornecidas da atualidade e
os falsos desejos dos crentes, nos diversos setores do Cristianismo,
justificam as nossas intenções. Em toda parte há tendências à
ociosidade do espírito e manifestações de menor esforço. Muitos
discípulos disputam as prerrogativas de Estado, enquanto outros,
distanciados voluntariamente do trabalho justo, suplicam a proteção
sobrenatural do Céu. Templos e devotos entregam-se, gostosamente, às
situações acomodatícias, preferindo as dominações e regalos de
ordem material. Observando esse panorama sentimental é útil
recordarmos a figura inesquecível do Apóstolo generoso.
Queremos recordar que Paulo recebeu a
dádiva santa da visão gloriosa do Mestre, às portas de Damasco,
mas não podemos esquecer a declaração de Jesus relativa ao
sofrimento que o aguardava, por amor ao seu nome. O convite ao ministério chega, ás
vezes, de maneira sutil, inesperadamente; a maioria, porém, resiste
ao chamado generoso do Senhor. Ora, Jesus não é um mestre de
violências e se a figura de Paulo avulta muito mais aos nossos
olhos, é que ele ouviu, negou-se a si mesmo, arrependeu-se, tomou a
cruz e seguiu o Cristo até ao fim de suas tarefas materiais. Entre
perseguições, enfermidades, apodos, zombarias, desilusões,
deserções, pedradas, açoites e encarceramentos, Paulo de Tarso foi
um homem intrépido e sincero, caminhando entre as sombras do mundo,
ao encontro do Mestre que se fizera ouvir nas encruzilhadas da sua
vida. Foi muito mais que um predestinado, foi um realizador que
trabalhou diariamente para a luz. O Mestre chama-o, da sua esfera de
claridades imortais. Paulo tateia na treva das experiências humanas
e responde: — Senhor, que queres que eu faça? Entre ele e Jesus
havia um abismo, que o Apóstolo soube transpor em decênios de luta
redentora e constante.
Outra finalidade deste esforço
humilde é reconhecer que o Apóstolo não poderia chegar a essa
possibilidade, em ação isolada no mundo. Sem Estevão, não
teríamos Paulo de Tarso. O grande mártir do Cristianismo nascente
alcançou influência muito mais vasta na experiência paulina, do
que poderíamos imaginar tão-só pelos textos conhecidos nos estudos
terrestres. A vida de ambos está entrelaçada com misteriosa beleza.
A contribuição de Estevão e de outras personagens desta história
real vem confirmar a necessidade e a universalidade da lei de
cooperação. E, para verificar a amplitude desse conceito,
recordemos que Jesus, cuja misericórdia e poder abrangiam tudo,
procurou a companhia de doze auxiliares, a fins de empreender a
renovação do mundo. Aliás, sem cooperação, não poderia existir
amor; e o amor é a força de Deus, que equilibra o
Universo.
Fontes:
Fontes:
Saudações,
ResponderExcluirenvio informção sobre a conversão do Apóstolo Paulo:
http://quem-escreveu-torto.blogspot.pt/2013/02/actos-dos-apostolos-conversao-de-paulo.html
Obrigado
Saudações,
ResponderExcluirenvio informação sobre a conversão do Apóstolo Paulo:
http://quem-escreveu-torto.blogspot.pt/2013/02/actos-dos-apostolos-conversao-de-paulo.html
Obrigado