Sereia (do grego antigo: Σειρῆνας) é um ser mitológico, parte mulher e parte peixe (ou pássaro, segundo vários escritores e poetas antigos). É provável que o mito tenha tido origem em relatos da existência de animais com características próximas daquela que, mais tarde foram classificados como sirênios.
Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, tal como as harpias, habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade.
Na Grécia Antiga, porém, os seres que atacaram Odisseu eram na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Assemelham-se às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única.
Os gregos relatam que apenas dois casos em que o encanto das sereias foi combatido. O primeiro foi Orfeu, o deus mitológico da música e da poesia. Quando sua embarcação aproximou-se de onde estavam as sereias, ele salvou seus parceiros, tocando uma música ainda mais doce e envolvente do que aquela que vinha da ilha. A outra solução foi encontrada por Ulisses. O herói da Odisséia não possuía talentos artísticos. Sem dons, sabia que não venceria as sereias. Reconhecido de sua fraqueza e falibilidade, ele teve uma ideia. No momento em que sua embarcação começasse a se aproximar da ilha sinistra, mandaria que todos os homens tapassem os ouvidos com cera e que o amarrassem ao mastro do navio. Depois que encarou sua fraqueza e incapacidade de enfrentar as armadilhas das sereias, rumou para a ilha conforme o plano. Do mesmo modo, deu ordem aos tripulantes: mesmo que implorasse para que o soltassem, as cordas deveriam ser apertadas ainda mais. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias como tinha previsto, mas seus marinheiros não o libertaram. Quase louco, pedindo para ser solto, passou intato pelo perigo. O relato mitológico termina afirmando que as sereias, decepcionadas por haverem sido derrotadas por um simples mortal, afogaram-se no mar. O que salvou Ulisses não foi a percepção de sua superioridade, mas a consciência de sua fragilidade.
Algumas das sereias citadas na literatura clássica são:
· Pisinoe (Controladora de Mentes),
· Thelxiepia (Cantora que Enfeitiça),
· Ligeia (Doce Sonoridade),
· Aglaope,
· Leucosia,
· Parténope.
Segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela.
Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte no conto O silêncio das sereias:As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.
As histórias e lendas sobre as sereias aparecem em várias culturas e todas elas mostram a força e o poder da sedução. Em alguns mitos e lendas as sereias foram batizadas por outros nomes e descritas como com longos cabelos loiros, sempre cantando ao se pentear, usando seus pentes, espelhos e perfumes.
O canto representa a força de atração para atingir quem está indefenso, geralmente homens. Essa força de sedução do som é capaz de despertar uma atração encantadora e irresistível.
O mito das sereias ou sirenas está relacionado aos sonhos de amor ideal que pode se tornar fatal.
Supunha-se que as sereias, embora tivessem inteligência humana, não tinham alma. Podiam, entretanto, conseguir uma alma se aceitassem ser batizadas ou, segundo algumas versões, se elas se casassem com um humano.
Oriente Médio
Segundo Diodoro Sículo, Atargátis Derketo, era uma deusa que amou um pastor mortal e teve com ele uma filha, a futura rainha Semíramis. Envergonhada, ela pulou em um lago e tomou a forma de um peixe. Inicialmente, era representada como um peixe com cabeça e pernas humanas, como o deus babilônio E, mas mais tarde, segundo Luciano de Samósata, passou a ser representada com a forma de uma sereia.
Grécia
Uma lenda popular na Grécia, provavelmente de origem medieval, diz que Thessalonike, irmã de Alexandre, o Grande, tornou-se uma sereia após a morte. Ela vive no mar Egeu e quando marinheiros a encontram ela lhes faz uma só pergunta: "O rei Alexandre vive?", os marinheiros devem responder "Vive e ainda reina". Qualquer outra resposta a deixará furiosa e a transformará numa górgona, condenando o navio e todos os marinheiros a bordo.
Inglaterra
As sereias aparecem no folclore britânico tanto para prever desastres quanto para provocá-los. Elas podem também ser um sinal de mau tempo. Às vezes, porém, mostram-se mais benéficas e dão meios de cura a humanos. Os tritões são também citados, como mais feios e selvagens que as sereias, mas com pouco interesse por humanos.
A julgar por crenças similares na Europa do Norte, o povo do mar do folclore inglês originalmente não tinha cauda de peixe, mas foi influenciado pelo desenvolvimento da concepção mediterrânea de sereia na Idade Média.
Diversas variantes da balada Sir Patrick Spens descrevem que algumas sereias falam aos navios condenados que eles nunca verão terra outra vez, e em outras, ela afirma que há uma costa próxima, aqueles que eles são sábios o suficiente, compreendem que significa a mesma coisa.
Gales
As sereias da fronteira galesa não vivem no mar, mas em lagos e rios. Em Marden (Herefordshire) o sino de uma igreja caiu uma vez em uma poça profunda de um rio, onde uma sereia o agarrou. Em Child's Ercall (Shropshire) a sereia de um lago ofereceu a alguns homens ‘um pedaço de ouro, grande como a cabeça de um homem, quando um deles disse um palavrão de espanto e ela gritou e desapareceu.
Irlanda
Na Irlanda, sereias e tritões são chamados de merrows, murdhuacha,moruadh, moruach, muir-gheilt, samhghubha ou suire.
Da cintura para baixo, as sereias são peixes. Da cintura para cima, são belas jovens com pele pálida, olhos escuros e cabelos compridos. Os tritões são feios, com pele, dentes e cabelos verdes, nariz vermelho e adunco, e olhos pequenos e estreitos.
São geralmente de natureza pacífica e benévola para com os humanos, com os quais às vezes se casam. Os filhos desses casamentos têm membranas entre os dedos das mãos e dos pés e, às vezes, também uma pele escamosa.
Todos têm membranas entre os dedos e podem se transformar em humanos e animais terrestres com ajuda de uma capa mágica de penas vermelhas. Se a capa for roubada, serão incapazes de retornar a seu mundo subaquático. Nas lendas, esse é um recurso freqüentemente usado por mortais para conquistar uma noiva merrow.
Há uma lenda sobre uma jovem chamada Liban, filha de Eochaid e Etain, que foi surpreendida pela enchente de uma fonte sagrada que havia sido negligenciada. Ela foi carregada a uma caverna submarina junto com seu cão, enquanto o resto de sua comunidade, exceto Conang e Curman, foi destruído. Liban ficou presa por um ano até que ela rezou para que pudesse ser como os peixes. Foi então transformada, tornando-se como um salmão da cintura para baixo. Seu cão tornou-se uma lontra.
Como sereia, Liban ficou livre, mas permaneceu debaixo d'água até que, 300 anos depois, um clérigo chamado Beoc a ouviu cantar. Ela lhe pediu para que a tirasse d'água e a levasse para Saint Comgall. Liban foi batizada e foi-lhe dada a escolha entre mais 300 anos de vida ou entrar imediatamente no Céu. Ela escolheu a segunda opção e sua imagem foi esculpida em muitas das colunas e assentos das igrejas construídas na estrada que ela tomou para Saint Comgall.
Brasil
A presença das sereias no folclore brasileiro é produto de um processo de convergência com as lendas européias que se deu no século XIX. Aparecem para seduzir pelo canto os navegadores e pescadores e fazê-los naufragar e morrer. Mostram-se, às vezes, aos pescadores, que se apaixonam e atiram-se n'água, morrendo afogados. Confundem-na com a Mãe-d'água, que originalmente era a Cobra-grande e não tinha processo algum de sedução, e também como Iemanjá, freqüentemente representada como uma sereia européia, loura e de olhos azuis.
As Sereias aparecem no folclore de muitas culturas em todo o mundo,do Oriente Médio, africa, america, Europa e Ásia. As primeiras histórias apareceram na antiga Assíria , em que a deusa Atargatis se transforma em uma sereia para matar acidentalmente seu amante. Sereias eram às vezes descritas como criaturas perigosas associadas a inundações, tempestades, naufrágios e afogamentos. Em outras tradições populares (ou às vezes dentro da mesma tradição) elas podem ser benevolente, concedendo bênçãos ou se apaixonar por os homens.
Na Grécia Antiga, os seres que atacaram Odisseu eram na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Assemelham-se às harpias ( quando possuiam asas ), mas com penas negras, uma linda voz e uma beleza única. Eram chefiados pela sereia negra calipso a qual amou nosso herói e o deixou partir ápos dez anos.São retratadas em todas as culturas antigas da china aos índios no Brasil.
Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, Era a musa da dança. Representada sentada com uma lira. Mãe das Sereias com o rio Achelous. Tal como as harpias, habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália.
Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se.
China as sereias.
Uma compilação do século 15 de citações de literatura chinesa fala de uma sereia que “choraram lágrimas que se tornou pérolas”. Um livro do século 19, início de direito da anotação no sul da China contém histórias sobre sereias. No primeiro, um homem capta uma sereia na costa do Namtao.
Ela parece humana em todos os aspectos, exceto que seu cabelo negro e longo ate os pés, tem finos de várias cores, quando estão molhados. Ela é incapaz de falar, mas o jovem lindo e forte a leva para sua casa e se casar com ela. Após a sua morte com muita idade, a sereia que não envelheceu volta para o mar, onde ela havia sido encontrada.
Seis fatos que justificariam a existência das sereias
Segundo uma teoria, alguns hominídeos seriam semiaquáticos.
Você já deve ter se perguntado se alguma criatura mítica ou fantástica existe de fato, ou se essas figuras são fruto da imaginação de algum louco ou artista. As sereias são seres descritos minuciosamente em relatos, livros e filmes, mas será que elas existem ou existiram em um passado remoto?
Uma das teorias é a Hipótese do Macaco Aquático: ancestrais mais ou menos próximos dos humanos teriam adotado, durante um certo período, um estilo de vida semiaquático na costa africana, seja pela necessidade de buscar alimento na água ou de defender-se de predadores.
De qualquer modo, esse fato pode ter influenciado sua evolução, gerando uma subespécie anfíbia, enquanto outros hominídeos mantiveram uma existência puramente terrestre.
Embora tenha sido abandonada ao longo dos anos, ao menos três estudiosos – Max Westenhofer, ideólogo, Sir Alister Hardy, biólogo marinho, e Elaine Morgan, escritora feminista – se dedicaram a desenvolver essa teoria.
Cientistas descobriram indícios de espécies semelhantes às sereias.
Há múltiplas explicações que justificam a Hipótese do Macaco Aquático, entre elas:
1. O fato de sermos os únicos primatas que não tem o corpo totalmente recoberto por pelos, uma condição só existente em ambientes aquáticos ou subterrâneos.
2. Os humanos são os únicos mamíferos bípedes. Essa transformação não ocorreria facilmente na savana africana, onde evoluíram os primeiros homens. Já na água, o corpo humano tende a manter essa posição.
3. A respiração do ser humano é diferente da de outros mamíferos, já que temos a capacidade de controlá-la voluntariamente. Tal como os mamíferos marinhos, podemos inalar o ar necessário para mergulhar e depois voltar à superfície para respirar.
4. Assim como os mamíferos aquáticos, e ao contrário dos terrestres, os humanos possuem uma reserva de gordura que retêm durante todo o ano.
5. As lágrimas, a sudorese excessiva e a porção de pele que separa o polegar do dedo indicador sugerem antepassados aquáticos segundo os adeptos da teoria.
6. Por último, nossa facilidade de nadar, em comparação à falta de jeito de muitos mamíferos terrestres na água, sugere que evoluímos de seres aquáticos.
As sereias teriam uma linguagem tão complexa e desenvolvida como a dos humanos.
Os detratores descartam a teoria enfatizando, por exemplo, que existem muitos mamíferos aquáticos totalmente peludos, como lontras e castores. Por outro lado, nenhum mamífero aquático é bípede, e o mais importante, em nenhum momento foram encontrados vestígios fósseis que comprovem a existência de “macacos aquáticos” ou sereias.
No entanto, nos últimos anos, diversas pesquisas sugerem a possibilidade de existirem criaturas aquáticas com uma linguagem tão complexa como a do ser humano, o que fez ressurgir a hipótese das sereias.
Segundo novos estudos, alguns hominídeos podem ter passado por uma adaptação evolutiva ao ambiente aquático, transformando as duas pernas em uma cauda que lhes permitisse nadar com mais facilidade.
As incansáveis sereias que não morrem jamais
As sereias do Discovery Channel e Animal Planet são como os proverbiais mortos-vivos. Não importa quantas vezes você os mate (ou, no caso, os desminta), não adianta, eles continuam voltando para te assombrar.
Após o pseudo-documentário “Sereias” (“Mermaid: A body found”) que foi mais uma vez reprisado, em maio deste ano, foi veiculado, em seguida, um outro programa, desta vez chamado, “Mermaids: New Evidence” que traz de volta o 'Doutor Paul Robertson' (que, na verdade, não existe, sendo apenas um ator) defendendo a existência das criaturas lendárias que, na versão do AP seriam uma espécie de hominini adaptada à vida aquática que teria sido inspirada na muito especulativa e não levada a sério pela comunidade de pesquisa, 'teoria do macaco aquático'. Neste novo programa são apresentadas 'evidências' históricas e novas filmagens inéditas destas criaturas.
Muitas pessoas, ao defenderem o programa, usaram a desculpa que os desmentidos e exposição da natureza ficcional do programa eram apenas um exercício de prepotência e arrogância, já que estaríamos negando mesmo a mera possibilidade destes seres existirem, mas esta jamais foi a questão. O problema é que muitas pessoas estão realmente acreditando que o programa do AP seja um documentário real, que os 'cientistas', citados nele, realmente existem e que teriam tido seus trabalhos, e as evidências que eles analisaram nos mesmos, suprimidas pelos governos de seus países em uma campanha de acobertamento internacional que só não conseguiu silenciar uma rede de TV à cabo e um cientista, cujos dados biográfico, profissionais e a produção acadêmica, teria sido todos apagados do mapa.
Os artigos que eu (veja "De novo a história das sereias" e "De Dragões à Sereias") e outros escrevemos sobre o tema em nenhuma momento negam o direito das pessoas acreditarem em lendas e nem ao menos negam a simples possibilidade lógica de que tais seres existam. Eles apenas alertam que, como antes do programa do AP, não existem evidências científicas e rigorosas que endosse a existência de tais seres vivos (nem como criaturas místicas nem como espécies desconhecidas pelas ciência de primatas aquáticos), apenas as anedotas de sempre. É preciso mais que uma mera possibilidade lógica e anedotas para que a comunidade científica passe a considerar algo como real ou pelo menos provável , especialmente quando são lendas e mitos. Esta é a grande questão.
Embora os próprios responsáveis pelo Discovery Channel por meio do news discovery, reconheça que “Sereias” não é um documentário real, mas apenas um programa feito 'ao estilo de um documentário' - devendo ser visto como ficção científica, ainda que, segundo eles, baseada em alguns fatos reais e teoria científica real* - , ainda assim, os produtores e responsáveis por ele usam de linguagem ambígua e deixam de lado os vários problemas de suas especulações e da teoria pseudocientífica que usam como base para sua proposta, bem como a total falta de evidências rigorosas para estes seres. Parece que eles deixam as coisas assim de propósito para disseminar as interpretações mais desvairadas possíveis.
O mesmo pode ser visto na entrevista dada pelo criador/produtor da série, Charlie Foley, ao Mother Nature Network [Veja também o artigo e o vídeo do huffigntonpost] em que ele explica o novo programa misturando fatos e ficção de maneira ambígua, de modo a não desfazer as confusões criadas por ele próprio e pelo AP ao exibir o programa. Não tenho como não enxergar nisso uma certa irresponsabilidade, sendo mais uma mostra de que o DC e o AP cada vez mais se distanciam da educação e divulgação científica de boa qualidade e navegam em direção do puro entretenimento sensacionalista, como ocorreu com o History Channel. Confundir telespectadores, fomentar desinformação generalizada e disseminar a ideia de conspirações governamentais e acobertamento de fatos fantásticos não me parece um objetivo digno para um canal de TV, especialmente um de que se esperaria mais seriedade.
A repercussão do primeiro programa foi tão grande que o NOAA [National Oceanic and Atmospheric Administration], a agência ambiental de pesquisa que é citada como abrigando os principais 'cientistas' mostrados no programa, teve que fazer um desmentido em sua página, enfatizando que não foram descobertas evidências de humanoides aquáticos. O que, na realidade, só fez por reforçar as crenças de muitos leigos, inclinados à teorias conspiratórias, pois 'já que o governo negou, então, deve ter alguma coisa ali'. É claro que se o governo (na figura do NOAA que, aliás, foi solicitado por vários e-mails de cidadãos a esclarecer a questão) nada tivesse dito, o silêncio desta instituição também seria usado como evidência de que as sereias existem ou de que exista algo a mais por trás desta história. Com uma mentalidade assim não tem como vencer.
Os produtores do programa chegaram a criar uma página, believeinmermaids.com, supostamente, do 'Doutor Robertson', na qual ele exporia as 'evidências' das sereias, mas que, convenientemente, teria sido bloqueada pelo FBI. O que foi só mais uma jogada de marketing, brilhante, por sinal, já que, além de sustentar a ideia de que o governo dos EUA (e não só ele, já que no programa original, 'pesquisadores' de várias partes do mundo analisam as 'evidências' e atestam sua 'veracidade') estar abafando o caso, ao bloquear a página, os produtores impedem que as pessoas fossem mais fundo na questão e analisem as supostas informações e evidências, fazendo perguntas ao seu dono que poderiam expor a inconsistência da história, como por exemplo, a questionar-se onde estão os artigos sobre as análises das evidências, ou por que não encontramos nenhum dos 'cientistas' citados e mostrados no programa nas páginas das universidades e institutos de pesquisa nos quais eles deveriam trabalhar, de acordo com o próprio programa, e nem nas bases de periódicos. Aliás, com uma conspiração dessa magnitude, que apaga do mapa pessoas de diversos países e suas carreiras, deveríamos realmente esperar que o AP conseguisse burlar todo o processo de abafamento e veicular vários programas sobre o assunto?
A própria forma como eles apresentam os supostos hominines aquáticos é bizarra. Por exemplo, as criaturas mantém feições tremendamente humanas, mesmo tendo divergido de nossa linhagem, de acordo com o programa, milhões de anos atrás antes mesmo da divergência da nossa linhagem da dos ancestrais dos Chimpanzés e Bonobos, em um incrível caso de convergência evolutiva mesmo que tenha ocorrido em ambientes completamente diferentes. Este pequeno lapso faz todo sentido do ponto de vista ficcional já que foi feito, obviamente, para manter a identificação dos telespectadores com a criatura e não desviar demais da visão puramente mítica destes seres.
O problema é que ao adotarmos uma perspectiva comparativa mais rigorosa seria muito estranho que estes animais mantivessem, por exemplo, narinas frontais e uma cabeça tipica da postura ereta, isto é com a coluna vertebral e a posição do forame, onde ela se insere, muito semelhante a nossa e não aos outros primatas e menos ainda aos outros mamíferos aquáticos, o que não parece nem filogeneticamente
correto e nem hidrodinamicamente apropriado. Por exemplo, em outros mamíferos marinhos, que se adaptaram a vida eminentemente aquática (em contraste com animais que adotam uma vida mais anfíbia, como castores, lontras etc), como as focas e sirenídeos (como os manatins), as narinas ficam mais para o topo do rostro e em cetáceos, como baleias e golfinhos, elas se fundiram e deslocaram-se bem para cima na cabeça, atrás dos olhos, como fica claro ao observarmos os orifícios respiratórios destes animais.
Outro problema é a distribuição da gordura nestas supostas criaturas, o que é uma questão importante em mamíferos aquáticos, sobretudo para aqueles que perderam os pelos, como os cetáceos, por causa da perda de calor acentuada que ocorre na água, especialmente em águas mais frias. As sereias do AP são simplesmente muito magrinhas e pouco roliças. Além do que possuem aqueles braços compridos e finos, bem humanos, que seriam outra fonte de perda de calor enorme. Em contraste, mamíferos aquáticos como sirenídeos, pinipédios e cetáceos, todos, tiveram seus membros dianteiros evoluídos em nadadeiras, evoluindo também estratégias bem específicas, como mecanismos contracorrentes trocadores de calor, para minimizar a perda de calor por estas superfícies maiores. Embora, forçando um pouco a barra, poderiam ser arranjadas explicações adaptativas ad hoc para estas diferenças (ou os autores, simplesmente, poderiam apelar para a contingência nos processos evolutivos ou a falta de tempo do mesmo), ainda assim, estas questões mostram como foi superficial o tratamento dado pelo programa à biologia destas criaturas imaginárias, o que desmonta a impressão que muitos leigos tiveram de que era tudo muito coerente e consistente. Não era. Algo compreensível em um exercício de ficção, mas não em um documentário verídico que se propõem ser a única exposição das supostas evidências remanescentes daquilo que certamente seria a maior descoberta do século.
O pior de tudo isso é que, caso os produtores e a emissora fossem mais sérios e responsáveis, tendo apresentado o programa como claramente ficcional (a invés do silêncio e da ambiguidade nos desmentidos nos créditos, ao final do programa) e deixado claro que era apenas um 'What if?', as coisas poderiam ter sido muito mais interessantes. Por exemplo, eles poderiam ter incluído, ao final da exibição em um programa separado ou mesmo ao final do programa, cientistas reais, especialistas em mamíferos aquáticos e em sua evolução (não envolvidos com a produção do programa), bem como antropólogos e primatologistas, para comentar as limitações, problemas e, mesmo, os acertos da perspectiva adotada pelo AP de como seriam as sereias caso elas existissem mesmo como animais reais e não como seres místicos e sobrenaturais. Caso tivessem feito isso, o programa seria muito mais informativo, útil e divertido.
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*O que ainda é um certo exagero, pois os eventos reais são o 'bloop', os encalhamentos de baleias, que são suspeitos de terem sido causados por sonares da marinha e a existência e evolução de mamíferos aquáticos, e a dita teoria científica real que embasaria esta ficção é a 'hipótese do macaco aquático' que, como já disse, é uma ideia especulativa que, simplesmente, não é levada a sério por boa parte da comunidade de paleoantropólogos e biólogos evolutivos que estudam a evolução humana. Isto é, as coisas que são reais são muito diferentes da maneira como são apresentadas no programa e a 'teoria científica' que eles alegam usarem como base é uma especulação vista como pseudocientífica por boa parte da comunidade científica em áreas relevantes.
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Algumas observações devem ser feitas:
Não quero afirmar se realmente as sereias existem ou não, mas alguns fatos devem ser considerados:
Onde há fumaça, tem fogo. é um ditado bem popular, o FBI não estaria envolvido se não houve algum interesse do governo Americano em abafar o caso; Os sites do suposto "DR. PAUL ROBERTS" foram imediatamente bloqueados; O governo Americano imediatamente começou usar o método da "contra-informação"; há interesses milionários para exploração de petróleo nas áreas onde foram encontradas a supostas criaturas.
Apenas quero lembrar se somos realmente capazes de ser responsáveis pelo desaparecimento destas criaturas? Algumas filmagens parecem ser autenticas e existem muitas delas pelo mundo, assim como relatos. Quero lembrar que no ano anterior, foram encontradas simplesmente duas novas especies de baleias e outras especies de peixes que só viviam em águas profundas.
Quanto a anatomia dos animais, o que determina é sua necessidade de sobrevivência, alguns animais tem necessidade de uma alimentação com mais gorduras e ou abundantes, outros tem consumo de energia maior, se movimenta mais, temos exemplos de sobra tanto em terra como no mar.
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